Menos 244 milhões em caixa…………………………………………………..

Financiamento de campanhas eleitorais, principalmente, referente a doações provenientes de empresas está inclusa em um constante debate sobre uma reforma política. Tal condição para um candidato pode ser considerada uma vantagem e a intenção da reforma política é proporcionar que os candidatos tenham uma disputa mais igualitária, no que diz respeito aos recursos financeiros. O financiamento das campanhas eleitorais é efetuado por meio privado cujos partidos recebem recursos de doações privadas para financiar as campanhas, além também de contar com recursos públicos do fundo partidário.
Recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF) se posicionou contra a contribuição de empresas em campanhas eleitorais, porém a Câmara dos Deputados não está de acordo com a decisão. O líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), classificou como "absurda" a posição do STF. Com a possibilidade de derrubar a posição do STF o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), pretende levar ao plenário em maio uma proposta de reforma política que colocará na Constituição a possibilidade de doação por empresas.
Há uma crítica constante pela ausência de transparência no financiamento de campanha, que culmina em desvios e fraudes por dinheiro não contabilizado. Com esse argumento que a ação direta de inconstitucionalidade movida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) requer no STF o fim das doações por empresas.
Por regra o financiamento de campanha no Brasil é público e privado. Pessoas jurídicas podem doar até o limite de 2% do faturamento bruto do ano anterior ao da eleição e pessoas físicas também podem doar até 10% do seu rendimento. No julgamento da ação da OAB iniciado em dezembro passado no STF, os ministros Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso votaram a favor de mudar a lei e proibir o financiamento por empresas.
Vários parlamentares defendem que as doações de empresas sejam permitidas apenas a partidos. Porém, a Câmara age com o intuito de reverter a posição do STF, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado foi aprovado um projeto de lei que proíbe contribuições de pessoas jurídicas. Desta forma, se aprovado a proibição de doações empresariais o questionamento seria a capacidade dos candidatos articularem campanhas com recursos a menos, mesmo que os valores gastos em períodos eleitorais.
Goiás
Caso a posição do STF se estabeleça, a reportagem do Diário da Manhã fez um levantamento sobre o quanto os candidatos ao governo do Estado perderiam em doações de pessoa jurídica. Para a amostra foi considerada a prestação de contas dos candidatos ao governo nas eleições de 2010, Iris Rezende (PMDB), Marconi Perillo (PSDB) e Vanderlan Cardoso (PSB), que também são os nomes que pleiteiam a pré-candidatura nas eleições deste ano.
Se as doações de campanha por empresas estivessem proibidas nas eleições de 2010, como pede ação que está sendo julgada pelo STF, as contas dos candidatos ao governo do Estado seriam consideravelmente menores. Mediante dados disponíveis no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estima que os três candidatos mencionados arrecadaram juntos mais de R$ 45 milhões, sendo mais de R$ 25 milhões de doações de empresas.
Na prestação de contas do pemedebista Iris Rezende, dos R$ 10.956 milhões arrecadados, cerca de R$ 8.590 milhões vieram de pessoas jurídicas, ou seja, 78% dos recursos foram doações de empresas. O governador Marconi Perillo recebeu doações no valor de aproximadamente R$12.953 milhões, 44% advindos de empresas, sendo que a arrecadação total foi de mais de R$29 milhões. Já Vanderlan Cardoso, conforme dados do STF, dos R$ 4.529 milhões arrecadados, cerca de 90% ou seja, R$ 4.118 são de empresas. Os dados foram contabilizados mediante doações de pessoa jurídica, desconsiderando as doações de diretórios partidários.
Presidência
Entre os candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (à época, no PV), teriam apenas R$ 22 milhões, dos R$ 266,1 milhões arrecadados. Esse cálculo, levantado pelo UOL também baseados no TSE, não levou em conta a verba repassada pelas siglas dos candidatos a vice na chapa presidencial para a campanha conjunta.
O caixa de campanha da presidente Dilma Rousseff, que recebeu cerca de R$ 135,5 milhões, seria menos de R$ 3 milhões sem as doações de empresas. Desse valor, R$ 124 milhões foram repassados pelo próprio partido.  No caso de Serra, dos R$ 106,5 milhões, R$ 3 milhões restariam se a proibição às doações por pessoa jurídica estivesse em vigor em 2010. A ex-ministra Marina Silva (PSB), antes no PV, declarou R$ 24,1 milhões e quase todo o montante foi oriundo de pessoa jurídica, porém foi a candidata que mais recebeu doações de pessoas físicas, cerca de R$ 15 milhões.
 

 

 

 

Dados do TSE mostram quanto os presidenciáveis deixariam de arrecadar de constribuições de empresas em 2010 

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Lideranças defendem reforma no sistema para aumentar a representatividade feminina no poder

O Dia Internacional da Mulher, comemorado neste sábado, reacende o debate e o desafio sobre a participação feminina na política. Apesar de representarem 51,95% do eleitorado no País, o percentual de mulheres no Congresso Nacional não chega a 10%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por exemplo, dos 513 deputados federais, 45 mulheres foram eleitas nas últimas eleições gerais em 2010, o que representa 9% do total, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
 
Para a socióloga do Centro Feminista de Estudos e Assessoria, Joluzia Batista, os números mostram que a norma, de 2009, que obriga os partidos a destinarem 30%, no mínimo, das candidaturas às mulheres não tem sido cumprida. Ela defende adoção da lista alternada: 50% das candidaturas para homens e a outra metade para as mulheres, além da reforma política.
 
“Geralmente, as candidaturas de mulheres, sobretudo essas de trajetória de luta popular e comunitária, não são atraentes para o perfil dos financiamentos [de campanha]. Esse é um dado crucial. Tanto é que defendemos a reforma do sistema político e uma das questões é o financiamento público de campanha”, disse.
 
De acordo com o TSE, em outubro de 2010, o Brasil elegeu a primeira presidente da República, duas governadoras e 134 deputadas estaduais. Nas eleições municipais de 2012, foram eleitas 657 prefeitas (11,84%) e 7.630 vereadoras (13,32%).
 
A procuradora da Mulher no Senado, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), também defende a reforma política como forma de ampliar a participação feminina. A senadora reconhece que a presença aumentou, mas ainda precisa melhorar. “Hoje, infelizmente, a cara do Parlamento e da política brasileira é masculina. E ela tem que ser uma cara com duas faces: um lado masculino e o outro feminino”, disse Vanessa. O Brasil está na posição de número 156 no ranking da representação feminina no Parlamento, entre 188 países, conforme levantamento que consta na cartilha "+ Mulher na Política: Mulher, Tome Partido”, feita pela procuradoria. Na comparação com 34 países das Américas, ocupa o 30º lugar.
 
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TST), ministro Marco Aurélio Mello, ressalta que as mulheres ainda não estão presentes na política como deveriam. “Infelizmente, nós estamos em um país machista e a mulher acaba não participando, em termos de candidatura, como ela deveria participar.”
 
A participação feminina na política é antiga. Há 50 anos, quando foi instalada a ditadura militar no país, elas posicionaram-se contra. A militante Maria Amélia Teles foi uma das primeiras a combater o regime. Ela foi presa junto com o marido, a irmã grávida e os dois filhos. Hoje, integra a Comissão da Verdade de São Paulo e relembra o período. "É uma história de muita violência e essa violência tem que ser também lembrada para que ela não se repita, para que o Estado aperfeiçoe e consolide a democracia e não use desse autoritarismo, desse terror. Foi um terror que o Estado imprimiu em toda a sociedade com tamanha repressão, censura, perseguição".
 
Em nota divulgada nessa sexta-feira, a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, avalia que o país ainda tem que avançar para ampliar a representação feminina na política. "Ainda temos muito a conquistar: nessa área, o protagonismo feminino é muito desproporcional ao exercido em todas as outras."
 
No entanto, ela ressaltou que, em relação ao trabalho, as mulheres têm conquistado espaço em áreas até então consideradas masculinas, como mecânica e construção civil. Para Eleonora Menicucci, a presença da mulher no mercado de trabalho supera as expectativas. "Dos 4,5 milhões de empregos com carteira assinada gerados no governo da presidente Dilma, 2,3 milhões foram ocupados pelo sexo feminino", destacou.
 
No comunicado, divulgado por ocasião do Dia Internacional da Mulher, a ministra também comemora a redução de mais de 50% da mortalidade materna no país, nos últimos 20 anos, e destaca os esforços do Poder Público para combater a violência contra a mulher.

 

Mulheres na luta por um novo sistema político 

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