Lula faz defesa por reforma política

 

O ex-presidente Lula participou no 4º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais (#4BlogProg) na manhã desta sexta-feira (16) na capital paulista. Ovacionado pelo público, Lula levantou questões importantes relacionadas à política nacional. E também, para não perder o jeito “Lulinha paz e amor”, como ele mesmo diz, descontraiu o clima com piadas.

Lula defendeu as reformas democráticas, entre elas, a política. O ex-presidente acredita que só uma assembleia constituinte é capaz de atender às demandas do Brasil. “Esse congresso não vai fazer a reforma política que o país precisa”, disse ao criticar a estrutura elitista do Congresso e principalmente do Senado brasileiros. De acordo com ele, a maior parte dos parlamentares não está comprometida com os interesses reais da população, por isso não há o interesse de que seja feita uma reforma política profunda, tão necessária para democratizar, inclusive o acesso ao cenário político.

Orgulhoso de sua trajetória como sindicalista e de todas as campanhas presidenciais perdidas, Lula defende que a juventude deve, cada vez mais, ingressar na política. Ele vê com tristeza as manifestações anti-partidos e o discurso de negação à politica. “Se não estivermos dispostos a debater, a negação da política vai prevalecer e o que vem depois é muito pior”. Ele citou exemplos como a ditadura militar brasileira, o Nazismo e o Fascismo como períodos onde as pessoas deixaram de participar da política de forma crítica e as democracias foram duramente golpeadas. A democratização dos meios de comunicação e a liberdade de imprensa também foram abordadas pelo ex-presidente que já é conhecido por defender o movimento de blogueiros progressistas. Lula inovou em 2010 ao fazer uma coletiva de imprensa apenas com blogueiros, época que se falava menos neste formato de comunicação. Agora, passados quatro anos, Lula recebeu novamente os blogueiros para uma conversa. Que em seguida foram chamados de “sujos” pela grande imprensa.Neste ponto Lula falou sério, mas não perdeu a piada: “eu fiquei triste porque a imprensa chamou vocês de blogueiros sujos, se vocês são sujos é culpa do [Geraldo] Alckmin que deixou terminar a água da Cantareira”, disse ao criticar a crise de abastecimento de água que marca o final da administração do governador de São Paulo. Um defensor incisivo das plataformas digitais, ele afirma sem titubear que “não adianta criticar a imprensa [hegemônica], é preciso aproveitar os veículos de comunicação que já temos, todos esses ativistas digitais comprometidos com a verdade e precisamos criar novos formatos”.

Eleições 2014


Sobre o processo eleitoral que está por vir, Lula deixou claro “o embate será duro”, mas acredita na segunda vitória da presidenta Dilma Rousseff e afirma com empolgação que “vai para a rua fazer campanha”. Ele “dá a receita” à militância, “precisamos vencer com argumentos: é só mostrar como era o Brasil antes e como é agora, é lógico que os jovens não vão lembrar, por isso precisamos contar o quanto esse país mudou para melhor”.

Já em 2002, quando foi eleito pela primeira vez, o ex-presidente defendia a distribuição de renda, a criação de programas sociais e a ampliação dos que já existiam. Lula se orgulha de ter combatido a desigualdade social no Brasil e estufa o peito para falar nas melhorias que realizou na educação, entre elas, a construção de novas universidades e escolas técnicas. Para ele, a presidenta Dilma Rousseff tem feito um excelente governo e enfrenta a grande imprensa com coragem e firmeza. “Eu sou sindicalista, cresci apanhando, mas a Dilma não, eu não esperava que a imprensa faria o que está fazendo com ela, vejo diariamente uma falta de respeito com a presidenta”. Lula diz que a imprensa hegemônica e a elite brasileiras nunca acreditaram em sua vitória em 2002, quanto mais na reeleição em 2006 e na sucessão em 2010. Para ele, este setor do país está incomodado com a ascensão da parcela mais humilde da população. “Eles pensaram que tinham derrotado a Dilma quando ela tinha 20 anos e passou três anos presa, sendo torturada pela ditadura militar, mas ela mostrou ser muito mais forte que tudo isso”.


Por Mariana Serafini, da redação do Vermelho

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