Deputados manifestam apoio ao projeto popular de reforma política

A criação da Coalizão Parlamentar, aprovada por um grupo de parlamentares de vários partidos, na noite desta quarta-feira (26), na Câmara dos Deputados, vai reforçar a luta pela aprovação do projeto de iniciativa popular de reforma política. A primeira preocupação das 96 entidades que compõem a Coalizão Democrática pela Reforma Política e Eleições Limpas é eliminar das eleições a influência do poder econômico nas eleições.
 
O projeto regulamenta mecanismos que assegurem transparência no exercício do direito de voto, sobre financiamento democrático dos partidos e campanhas eleitorais, bem como sobre o controle social, a fiscalização e a prestação de contas nas eleições.
 
O objetivo da reunião realizada com os parlamentares é mobilizar deputados para que o Projeto de Lei entre na pauta do Congresso. O bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG) e presidente da Comissão de Acompanhamento da Reforma Política, Dom Joaquim Mol, que presidiu a reunião, afirmou que é fundamental discutir projeto com o parlamento, que é o destinatários final do projeto.
 
“Um dos atos mais importantes para o movimento é ter no parlamento um aliado e, mais do que isso, um agente igualitário pela reforma política”, explicou.
 
Para a líder do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que participou da reunião e se manifestou favorável ao projeto, “é de suma importância conversar com o Presidente da Casa que quer votar a reforma política em abril,mas o projeto aprovado na comissão especial, para que ele entenda que não é consenso esse projeto, e o peso das entidades o sensibilize”.
 
À lista de atividades propostas para Coalizão Democrática, Feghali enfatizou a necessidade de acompanhar a ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a doação de pessoas jurídicas (empresas) nas campanhas eleitorais; promover atividades de peso na Câmara para tornar a reforma política uma pauta de relevância na Casa e trabalhar com as diversas bancadas até para desfazer as desinformações sobre o projeto.
 
Pauta prioritária
 
Demais parlamentares, como Luiza Erundina (PSB-SP) e Henrique Fontana (PT-RS), também muito envolvidos na discussão do tema, admitira que “não será um trabalho fácil, mas esse é o nosso papel”.
Erundina, que preside a Frente Parlamentar pela Reforma Política Popular, considera a iniciativa (formação da coalizaão parlamentar) fundamental para viabilizar o projeto no âmbito do Legislativo, que ao longo dos anos demonstrou ser “moroso e problemático” para aprovação da reforma política.
 
“Mas isso não significa que não seja possível com forte pressão da sociedade civil. E eu me disponho a participar dessas mobilizações e levar a proposta ao PSB para que o Partido assuma, como um todo, essa coalizão parlamentar”, afirmou a parlamentar.
 
O deputado Henrique Fontana, também se inclui no grupo de parlamentares que defendem uma reforma política com corte popular e parabenizou as 96 entidades que conseguiram elaborar um projeto que atendesse a todos, em uma engenharia de diálogo que o Parlamento não conseguir ter. E, como os demais parlamentares, destacou a importância da mobilização para que a pressão social produza a reforma política necessária ao Brasil.
 
Plano de mobilização
 
Aldo Arantes, que foi apresentado por Dom Joaquim como um “apaixonado” pela reforma política, falou sobre o plano de mobilização para 2014. Ele disse que o julgamento no STF, se for favorável ao fim do financiamento de empresas como vem demonstrando a votação em curso, vai colocar na ordem do dia a reforma política.
 
Ele avalia que o projeto aprovado na comissão especial, que o Presidente da Câmara pretende colocar em votação em abril, “é todo o contrário do que a gente defende, procura constitucionalizar o financiamento de empresa”. Segundo ele, é necessário rapidez no processo de mobilização.
 
O plano de mobilização inclui a formação de coalizaão nos estados; a distribuição das cartilhas, que apresentam os pontos centrais do projeto; e a busca de apoio de pessoas de expressão na sociedade, como artistas e jogadores de futebol, ao projeto; além de levar o debate para todos os espaços públicos como escolas, universidades, igrejas, assembleias estaduais e câmaras municipais.
 
Ele falou ainda sobre o compromisso de voto com coleta individual das assinaturas dos parlamentares para veiculação em painéis e pela internet para mostrar à sociedade quais os parlamentares que estão comprometidos a votar no projeto. A inauguração dos painéis nos estados com a realização de grandes atos públicos também faz parte do plano de mobilização.
 
César Brito, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), também falou no evento, defendendo, como os demais, a aprovação de uma lei que aperfeiçoe a democracia direta, popular e representativa e impeça a influência do poder econômico nas eleições, além de valorizar os partidos e as ideias no processo eleitoral.
 
A Coalizão Democrática pela Reforma Política e Eleições Limpas conta com o apoio da OAB, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) e da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político, e tem o apoio de aproximadamente 60 entidades da sociedade civil, como a União nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).

 

 

 

Criada a Coalizão Parlamentar pela Reforma Política

 

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Projeto impede deputado de relatar proposta relacionada a doador de campanha

A Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Resolução 229/13, da deputada Erika Kokay (PT-DF), que altera o Regimento Interno da Casa para impedir que um deputado seja designado relator de proposições que tratem da área de atuação de pessoas físicas ou jurídicas que tenham contribuído para o financiamento de sua campanha eleitoral com mais do que 2% do total das quantias declaradas à Justiça Eleitoral.
 
Pelo texto, o mesmo impedimento vale para os presidentes de comissão especial que devam se pronunciar quanto ao mérito de matéria.
 
“É um mecanismo para reduzir eventuais tentativas de tráfico de influência nas relações que envolvem doadores de campanha e os parlamentares beneficiados”, disse a deputada.
 
Tramitação
O projeto será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e pelaMesa Diretora da Câmara dos Deputados. Depois, segue para votação pelo Plenário.

Medida visa reduzir tentativas de tráfico de influências

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