A Iniciativa Popular e a superação dos limites das conferências

Os desafios postos à democratização da elaboração e gestão de políticas públicas no Brasil são alguns dos temas recorrentes na 1ª Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social (Consocial). São questões que se expressam no debate sobre a criação de mecanismos de transparência e controle social em âmbito municipal, estadual e nacional, mas também nas propostas que refletem a permanência da centralização da elaboração e execução de políticas públicas nas esferas administrativas. “É uma conferência é mais complexa porque fala justamente de instrumentos que não são técnicos, mas políticos. Não se pode esquecer do não respeito das deliberações das conferências setoriais. E diante disso, nossa resposta política é a defesa da Iniciativa Popular para a Reforma Política”, explica Gigi, integrante das Loucas de Pedra Lilás (conheça aqui a plataforma pela reforma política).

Continue lendoA Iniciativa Popular e a superação dos limites das conferências

O grileiro vencerá?

Como já é do conhecimento público, em 1999 escrevi uma matéria no meu Jornal Pessoal denunciando a grilagem de terras praticada pelo empresário Cecílio do Rego Almeida, dono da Construtora C. R. Almeida, uma das maiores empreiteiras do país, com sede em Curitiba, no Paraná.

Continue lendoO grileiro vencerá?

Conversas com Mr. Dops – Entrevista com um dos últimos delegados vivos do antigo DOPS

Um dos poucos delegados do DOPS ainda vivos, entre os que atuaram nos anos mais duros da ditadura fala de resistência adianta temas e desafios para futura Comissão da Verdade

Aos 80 anos, José Paulo Bonchristiano conserva o porte imponente dos tempos em que era o "doutor Paulo", delegado do Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo, "o melhor departamento de polícia da América Latina", não se cansa de repetir."O DOPS era um órgão de inteligência policial, fazíamos o levantamento de todo e qualquer cidadão que tivesse alguma coisa contra o governo, chegamos a ter fichas de 200 mil pessoas durante a revolução", diz, referindo-se ao golpe militar de 1964, que deu origem aos 20 anos de ditadura no Brasil.

Embora esteja aposentado há 27 anos, não há nada de senil em sua atitude ou aparência. Os olhos astutos de policial ainda dispensam os óculos para perscrutar o rosto do interlocutor, endurecendo quando o delegado acha que é hora de encerrar o assunto.

Bonchristiano gosta de dar entrevistas, mas não de responder a perguntas que lancem luz sobre os crimes cometidos pelo aparelho policial-militar da ditadura do qual participou entre 1964 e 1983: prisões ilegais, sequestros, torturas, lesões corporais, estupros e homicídios que, segundo estimativas da Procuradoria da República, vitimaram cerca de 30 mil cidadãos. Destes, 376 foram mortos, incluindo mais de 200 que continuam até hoje desaparecidos.

Continue lendoConversas com Mr. Dops – Entrevista com um dos últimos delegados vivos do antigo DOPS