O movimento Vai Ter Gorda agora faz parte da rede de entidades que aderiram à Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político. O Vai Ter Gorda surgiu em 2016, por meio da ativista Adriana Santos, com a ideia de quebrar padrões, de que não existe o corpo perfeito. “Isso é só um paradigma da sociedade, do patriarcado. A mulher, independente de ser magra ou gorda, deve ser valorizada e respeitada”, disse Adriana. A ativista conta que tudo começou com um encontro de mulheres no Farol da Barra, em Salvador. “Fizemos uma foto com cerca de vinte mulheres. Levamos cartazes, com frases e posicionamentos, dizendo não, ao preconceito e à gordofobia”.
Em entrevista, Adriana Santos falou um pouco sobre a entidade, da motivação para aderir à Plataforma e fez uma análise sobre o sistema político atual e um modelo ideal de sistema político. Confira abaixo a entrevista.
Plataforma: Por que o movimento Vai Ter Gorda aderiu à Plataforma?
Adriana: Entramos na Plataforma porque houve uma identificação com as questões abordadas sobre a representatividade na política. E acredito que através de nossas discussões poderemos mudar algo no sistema político.
Plataforma: Qual a visão da entidade (ou dos representantes) sobre o sistema político atual?
Adriana: Bem, nossa visão é que o sistema político atual acarreta uma perda de direitos. Um retrocesso. Não nos representa. Precisamos nos organizar para fortalecer nossas interseccionalidades e dialogar com outros movimentos para fortalecer nossa pauta. O lema é: “Ninguém solta a mão de ninguém”.
Plataforma: Vocês se sentem representados pelo sistema político atual?
Adriana: Nem um pouco. Vivemos um sistema político genocida, misógino, racista, machista, sexista,LGBTQIA+fobico, gordofóbico e excludente.
Plataforma: Qual seria o modelo ideal de sistema político, na opinião de vocês?
Adriana: O modelo que buscamos de um sistema político é que seja um sistema democratico de direito com mais participação popular, inclusivo e que valorize os movimentos sociais de base.