Seguindo a agenda de mobilizações em diversas cidades pelo país, movimentos populares e entidades que integram a Frente Brasil Popular (FBP) mantiveram as ações previstas para o Dia Nacional de Atos e Protestos em Defesa da Aposentadoria, na próxima terça-feira (5).
Na manhã desta sexta-feira (1), os representantes de centrais sindicais haviam suspendido uma greve nacional convocada para o dia 5, diante do cancelamento da votação da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, que aconteceria no dia seguinte, 6 de dezembro.
Em nota, a FBP destacou que a decisão de adiar a votação é uma vitória do movimento sindical e social, mas justamente por esse motivo, os movimentos populares deveriam “ampliar a mobilização, agitação e diálogo com a sociedade brasileira”.
“Só com povo unido e nas ruas mobilizados conseguiremos derrotar a reforma da previdência e garantir aposentadoria digna para todas e todos brasileiros”, diz a nota.
Se somando à convocatória, em vídeo, João Pedro Stedile, do movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que integra a FBP, convocou a população para sair às ruas contra a reforma da Previdência.
O adiamento da votação foi anunciado na noite da quinta-feira (30) pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em entrevista coletiva realizada em São Paulo, Maia destacou que, caso o governo consiga o número necessário de votos, a reforma será votada ainda neste ano. Caso contrário, a medida será votada apenas no próximo ano.
Entre as atividades confirmadas para a paralisação de terça-feira pela Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG), estão panfletagens, pressão a deputados federais e mobilização com concentração marcada para às 17 horas na Praça Afonso Arinos. Em nota, a central afirmou que o anúncio da retirada de pauta de votação da reforma na próxima semana não significa a desistência de sua aprovação. “Este contexto exige de cada um de nós a continuidade de ações para derrotarmos uma reforma que, se aprovada, destruirá nosso direito à aposentadoria”.
Outras centrais, como a CSP-Conlutas e a Internsidical Central da Classe Trabalhadora, afirmaram que não participaram da decisão de cancelamento da greve geral do dia 05 de dezembro, e também reafirmaram o comprometimento com as mobilizações. “Isto acontece exatamente no momento em que o governo Temer está com dificuldade em conseguir o número de votos necessários para a aprovação do fim da aposentadoria dos trabalhadores brasileiros. (…) Este recuo é um grave erro e ajuda somente ao governo Temer”, destacou a nota emitida pela CSP-Conlutas.