Análise: sem reforma política, Congresso ficará cada vez mais conservador

 

 

Segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), 273 parlamentares (246 deputados e 27 senadores) eleitos em 2010 são empresários, como donos ou sócios de algum estabelecimento comercial, industrial, de prestação de serviços ou mesmo proprietários de fazenda ou indústria agropecuária. A chamada bancada empresarial passou de 219, na eleição de 2006, para 273 integrantes em 2010.

 

Com este quadro, mobilizações como o Dia Nacional de Lutas, realizado ontem, se tornam fundamentais para reverter a

Na eleição de 2010, a bancada ruralista cresceu significativamente, de 120 para 160 parlamentares (142 deputados e 18 senadores). O PMDB tinha o maior número de ruralistas, com 36 parlamentares, seguido do PP, com 25; do DEM, com 24; e do PSDB, com 22 ruralistas.

 

Já a bancada evangélica, identificada com as propostas mais combatidas pelos movimentos sociais e pelas bancadas progressistas do próprio Congresso, dobrou de tamanho entre 2006, quando elegeu 36 congressistas, e 2010, quando foi para 73 (três senadores e 70 deputados). PSC e PR, com 11 congressistas, são as legendas que reúnem mais evangélicos, com projeção de crescimento devido à alta exposição de parlamentares ligados a causas morais, caso do deputado Marco Feliciano (PSC-SP), que preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

 

Para o analista do Diap, a falta de perspectiva de mudança sem uma reforma política é clara o que permite a cristalização de um Congresso de perfil cada vez mais conservador. 

“Não há como mudar o quadro sem uma reforma política capaz de modificar estruturalmente o sistema eleitoral e partidário e fazer com que os eleitores se sintam mais representados”, diz Antônio Augusto de Queiroz, analista político do Diap.

Fonte : DIAP

 

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