Grupo suprapartidário do Congresso quer 30% de reserva de vagas para mulheres
Menos de 10% dos parlamentares brasileiros hoje são mulheres, o que deixa o Brasil atrás da maioria dos países da América Latina e até de países com democracias mais frágeis, como Iraque e Afeganistão. Esses e outros dados preocupantes foram apresentados ontem (5/5) na audiência pública da Comissão Especial da Reforma Política, realizada no Plenário 9 do Anexo II da Câmara dos Deputados, que reuniu deputados e representantes da sociedade civil.
A audiência contou com a participação da ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci; dos deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Marcelo Castro (PMDB-PI), respectivamente presidente e relator da Comissão Especial da Reforma Política; da deputada Moema Gramacho (PT-BA) e representantes da sociedade civil como Carmela Zigoni (Inesc), Guacira Oliveira (CFemea), Luana Grilo (ONU Mulheres) e Virginia Barros (presidente da UNE).
“É lamentável que ainda estejamos com este quadro na política brasileira”, afirmou Carmela Zigoni, assessora política do Inesc. “Se até hoje não conseguimos mudar este quadro é porque o Congresso é conivente com essa situação absurda de desigualdade de gênero. Somos mais de 50% da população e queremos tomar decisões.”
Dados relativos aos resultados das eleições realizadas em 2014, que mostram claramente a sub-representação das mulheres no Parlamento, foram apresentados durante a audiência. Esses dados fazem parte da pesquisa do Inesc divulgada em setembro do ano passado e revelam que menos de 10% do Parlamento brasileiro é composto por mulheres. Há um grupo suprapartidário de mulheres parlamentares exigindo 30% de reserva de vagas para candidatas mulheres.