Grito dos Excluídos e Excluídas 2015: manifestações tomam as ruas de todo o país

 

O genocídio da juventude negra invisibilizada pelas lentes da grande mídia, o modelo de organização do Estado que está a serviço da burguesia e o monopólio dos meios de comunicação, são temas que estamparam faixas e cartazes das manifestações que ocuparam, nesta segunda-feira, 07 de setembro, as ruas de todo o país, no Grito dos Excluídos e Excluídas 2015.

Para Dom Pedro Luís Stringhini, vice-presidente do Regional Sul 1 (São Paulo) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), “neste momento de crise, é importante saber de que lado estamos. Pode-se estar com o povo ou com aqueles que querem retroceder. Nós não estamos do lado do quanto pior melhor, nem daqueles que não aceitam o resultado das eleições”, disse.

Os movimentos que compõem o Grito reconhecem os avanços sociais na última década, mas ressaltam que a onda de retrocesso em curso no Congresso Nacional, que tem afetado os direitos da classe trabalhadora como um todo, é o modelo de desenvolvimento que alimenta a burguesia; que extermina os povos das comunidades tradicionais, os jovens negros e pobres das periferias; violenta as mulheres e crianças, e inviabiliza as relações nos territórios.

Para o jornalista Altamiro Borges, do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, a imprensa cumpre um papel no mínimo perigoso ao exaltar a cobertura de manifestações conservadoras, que pedem o golpismo, a ditadura e perpetuam a discriminação. “A mídia também poderia ajudar no combate à violência, mas o que faz é estimular o consumismo e os piores instintos dos seres humanos, com programas policialescos e coberturas omissas de casos, como a recente chacina em Osasco [Estado de São Paulo], em que foram mortas 19 pessoas”, afirmou.

 

Com esta edição, o Grito dos Excluídos e Excluídas, mais uma vez, se afirma como um processo, como uma alternativa viável para todos e todas que são afetados, cotidianamente, por injustiças e que lutam por um mundo mais justo. “Este dia 07 de setembro de 2015 foi um ponto culminante das manifestações populares que, desde o dia 1º de setembro, ocuparam ruas, avenidas e praças pelo Brasil. E elas não param aí. Movimentos populares, em diversas cidades, realizarão seus Gritos por justiça social e direitos ao longo desta semana semana e dos próximos meses. Assim, vai se fortalecendo o processo de mobilização, de organização popular reivindicando a dignidade da pessoa humana e fazendo soar ainda mais forte o tema da maior manifestação popular do Brasil: vida em primeiro lugar”, assinala a organização do Grito.

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