[POESIA] LindoNéia de Hoje, Lindonéia de sempre – Néia Brasil #DemocraciaQueQueremos

Estou me despedindo da morte

É tempo de estar viva, atenta e forte

O espelho que refletia minha dor, causada por seu desamor quebrou

Eu sou linda, não estou desaparecida

Nossas vozes ecoarão

Seremos a construção do novo viver

Estou atenta e não estou sozinha

Ando nas ruas e me disperso da morte

Não tenho muita saúde, mas tive sorte

Ela esteve por perto

Sentidos e sentimentos despedaçados

Atropelados, amigos e parentes mortos

Foi a pandemia e o governo da mente doentia

Me disperso da solidão, da restrição

Critico a ingratidão

A negligência de quem danificou o país em vez de dar educação

Desejo andanças, abraços, vivências

Da morte não quero lembranças

Minha representatividade no espelho alheio

No preto, na mulher, no pobre

A solidão nunca mais vai me matar de dor

“É preciso está atento e forte. Não temos tempo de temer a morte”

Ocupemos os espaços

Democratizemos nossas vozes

Vamos derrubar os pilares do poder

Atentos!!

“Atenção para as janelas no alto”

“Atenção, ao pisar o asfalto”

A solidão não vai mais me matar de dor

No espelho

Nas ruas

Nos pilares

Seremos nós

Será a nossa escrita firmada

Registrada e respeitada.

Néia Brasil

Texto escrito para a campanha A Democracia que Queremos, promovida pela Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político #DemocraciaQueQueremos