Nos solidarizamos com a co-deputada estadual Jô Cavalcanti, da Juntas (PSOL), pelas ameaças sofridas durante sessão da Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE) no dia 31 de maio de 2022.
Na ocasião, uma discussão foi iniciada com o deputado Alberto Feitosa (PL), após Jô criticar a política habitacional do governo Bolsonaro. O parlamentar afirmou que ela estaria “com uma arma calibrada contra o governo federal”. Jô, então, disse não possuir armas, diferente do deputado que possui um revólver no gabinete e que, em abril deste ano, chegou a gravar um vídeo, mostrando sua arma e ameaçando o ex-presidente Lula.
Na sequência, o deputado pediu a palavra e, se dirigindo a Jô, disse: “Com relação à arma, ela não está aqui pra ser guardada não, viu? A arma está aqui, na minha cintura, para ser usada. Para quem tentar violar a minha integridade física, a da minha família ou tentar invadir a minha residência. A senhora entendeu?”.
Esse tipo de ameaça, com o objetivo de intimidar e silenciar a atuação de uma mulher negra, de um mandado popular eleito, não pode ser tolerado pela Assembleia Legislativa de Pernambuco e por nenhuma instituição democrática. Os crescentes e rotineiros casos de violência política precisam ser duramente enfrentados e os agressores responsabilizados. Tolerar casos como esse é permitir o avanço do autoritarismo que vem enfraquecendo e ameaçando a nossa frágil democracia.
Assim, nós da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político, prestamos apoio à co-deputada Jô Cavalcanti e solicitamos da presidência da ALEPE um posicionamento, além de medidas para que esse caso não fique impune e que novas ameaças não voltem a se repetir.