Com apenas 1% nas pesquisas, o pré-candidato do MDB à Presidência, Henrique Meirelles, disse que está disposto a financiar integralmente sua campanha – quantia que pode chegar a R$ 70 milhões, de acordo com a legislação – se o MDB não entrar com recursos. Em entrevista ao Valor Econômico, Meirelles diz que não vai desistir de sua candidatura, mesmo com o baixo índice de intenção de votos apontado pelas pesquisas, que prefere um partido com políticos enrolados na Justiça, como o MDB, a uma legenda que tenha “dono” e minimiza a eventual participação do presidente Michel Temer em sua campanha. Tampouco defende o presidente das acusações imputadas a ele pela Procuradoria Geral da República.
O ex-ministro se apresenta como um candidato que faz e se assume como responsável pela política econômica do governo Lula e pela melhoria em alguns indicadores econômicos na gestão Temer. Segundo ele, a responsabilidade pela derrocada da economia brasileira é da ex-presidente Dilma, governo do qual não participou.
O presidenciável defende a PEC do Teto de Gastos – que limita despesas públicas por 20 anos –, a redução do tamanho do Estado e o crescimento econômico como algumas das principais condições para fazer a divisão do bolo com a sociedade. De acordo com Meirelles, a economia pode crescer até 4% em seu eventual primeiro mandato. “A fase de sangue e lágrimas já foi superada.”
Financiar a própria candidatura é uma realidade para Meirelles. Antes de se tornar ministro da Fazenda, ele recebeu R$ 217 milhões em pagamentos por consultorias. Entre 2012 e 2016, como presidente do conselho de administração da J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, recebeu outros R$ 180 milhões. Em 2002, quando se elegeu deputado federal pelo PSDB de Goiás, ele declarou à Justiça eleitoral possuir patrimônio de R$ 42 milhões.