Mesa: Desafios da agenda do debate sobre o Sistema Político

 

Fazendo parte do Encontro realizado pela Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma Política, com objetivo de discutir a agenda da reforma do sistema político, foi realizada a mesa de debates envolvendo Luciano Caparroz Santos, representante do Movimento de combate a corrupção eleitoral (MCCE), José Antonio Moroni, representante da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma Política e o Bruno, representante do Levante Popular da Juventude.

 

O tema da mesa se centrou nos acúmulos e desafios da agenda do debate sobre o sistema político.

 

Bruno  representante do Levante Popular da Juventude trouxe o histórico da Campanha por uma Constituinte Exclusiva pela Reforma Política, que organizou um plebiscito popular em 2015, com quase 8 milhões de votos populares a favor da Constituinte.Para o representante do Levante Popular, a pauta da reforma política ganhou um espaço importante para agenda, embora, com os retrocessos impostos pelo governo de Michel Temer, outras pautas se tornam emergentes.

 

” Temos muito acumulo na discussão sobre a reforma política, fizemos uma ação no ano passado que envolveu o Brasil todo em torno desse debate, o Plebiscito pela convocação da Constituinte Exclusiva para a Reforma Política, com mais de 8 milhões de assinaturas a favor dessa proposta. O nosso desafio agora é como encaixar a agenda da reforma politica com outras agendas  de resistência aos retrocessos do Governo Temer, como a PEC 55, que exige uma emergência deste campo de esquerda”, problematiza Bruno.

 

Luciano Caparroz Santos, representante do MCCE, trouxe a conjuntura atual em relação a votação da projeto de Reforma Política no Senado Federal e afirmou como um dos principais desafios a incidência política no Congresso Nacional.

 

“Não podemos nos ausentar do debate, temos que ocupar esse espaço e influenciar a redação para que possamos garantir alguns avanços nesse projeto de Reforma Política que está sendo travado, agora, no Senado Federal. A reforma politica vai sair, por isso precisamos incidir politicamente os nossos pontos de reivindicação que envolve muito mais do que uma reforma eleitoral fragmentada, como a maioria daqueles que estão no Congresso querem aprovar,  mas sim a  radicalização da democracia, envolvendo maior participação social e a descentralização do poder”, defende Luciano.

 

Para José Antonio Moroni, representante da Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma Política, os desafios para agenda da reforma do sistema político aponta a importância de inserir, na proposta de reforma política organizada pela Plataforma, a dimensão de classe e se apropriar de outras contribuições que envolve a crise de representatividade do sistema político brasileiro.

 

” Nosso grande desafio é, entendendo como se estrutura o poder na nossa sociedade, que envolve a desigualdade social e política em dimensões específicas, como a questão de gênero, raça, do preconceito geracional, traduzir como denominador comum a dimensão de classe. Não podemos perder a contradição capital/trabalho diante da centralização de poder que é reflexo nítido do sistema político no Brasil. Outra questão fundamental  é se abrir e se apropriar das novas discussões a respeito do sistema político, através dos novos sujeitos e formas de luta,  que estão promovendo resistência e luta, de forma autônoma, com criticas veementes as formas tradicionais das organizações políticas”, alerta Moroni.

 

Depois da mesa, o debate ocorreu tendo como norte os desafios para a construção de uma agenda que envolva os desafios apontados pelos palestrantes para discutir a reforma do sistema político.

 

 

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