Nesta quarta-feira (19), os movimentos feministas da Argentina convocam a primeira greve nacional de mulheres, uma reação que se repetirá em vários países da América Latina e do mundo. Para as organizadoras, a luta representa as vozes de quem se organiza para reivindicar o reconhecimento do direito a viver dignamente e sem violências.
A convocatória da greve sinaliza um grito de irmandade entre as mulheres que partem da profunda comoção diante da onda de violência de gênero que chocou o país e o mundo. Na última semana, foram sete os casos de feminicídio, entre eles o de Lucía Pérez, de 16 anos, que foi drogada, estuprada e empalada na cidade costeira de Mar del Plata. Esse caso foi o fator final que desencadeou para uma ação inédita na Argentina.
A partir das 13h (14h, no horário de Brasília), mulheres, lésbicas, trans e travestis, em seus trabalhos, lugares de estudo e lares, encerram todas as suas atividades e saem às ruas para fazer barulho e demonstrar à sociedade quanto poder tem a união entre as mulheres. Às 17h (18h, em Brasília), se somam em ao menos 50 cidades do país mais manifestações de mulheres, convocadas por campanhas, grupos de mulheres, sindicatos, organizações sociais e partidos políticos.
Na capital do país, Buenos Aires, ocorrem diversas atividades, como uma paralisação na Avenida 9 de Julho e, aproximadamente às 19h, milhares de mulheres marcham do Obelisco até a Praça de Maio.
As ações também ocorrem em sequência à repressão policial contra as mais de 70 mil participantes do 31° Encontro Nacional de Mulheres, ocorrida no último 9 de outubro, em Rosário, na província argentina de Santa Fé.