Vivemos essa semana mais um capítulo vergonhoso da nossa história política em que se confirma o cenário da pior representação no Parlamento brasileiro: a cassação do deputado Eduardo Cunha.
Este capitulo existe exatamente por causa do sistema de escolha de noss@s candidat@s com a influência do poder econômico e, que nesta eleição municipal, há ainda que pouca uma oportunidade de mudar.
Assistimos nos últimos anos a forma de exercer o poder de forma autoritária, corrupta, com a manipulação dos regimentos em favor de ideias retrógradas, misóginas e homo/ lesbo/ trans fóbicas propondo retrocessos nas garantias e nos direitos d@ cidadãos/ãs através do mandato de Eduardo Cunha.
Como Deputado, Cunha apresentou emendas de contrabando em projetos para anistiar empresas com multas milionárias; relatou de forma nefasta, legislando de acordo com seus interesses, contra o princípio da laicidade e carregado de teor misógino propostas contra a autonomia reprodutiva das mulheres; atuou nas Comissões como a da Reforma Política obstruindo todas as sessões, impedindo que sequer o relatório fosse lido em Plenário. Tal momento merece ser relembrado. Sua atuação egóica e autoritária fez com que a Comissão fosse sepultada para, logo em seguida, como Presidente da Câmara, orquestrar uma anti-reforma que causou também um retrocesso no processo eleitoral. Em suas manobras, chegou a votar a mesma matéria duas vezes até ter o seu objetivo alcançado em total desrespeito à vontade da sociedade e às regras do processo democrático.
Como Presidente da Casa do Povo exerceu seu poder de forma tirana, tornando esta casa um verdadeiro bunker/ abrigo contra o povo onde ninguém mais consegue sequer entrar e por lá desenvolver qualquer trabalho.
Que sirva de lição aos/às que desmesuradamente exercem o poder sem respeitar a vontade popular e cidadã, passando por cima de tod@s @s demais representantes e buscando se tornar um poder isolado e inalcançável pela justiça. A cassação de Eduardo Cunha demonstra que se pode mentir de vez em quando e não cumprir a lei, mas tudo tem um fim e muitas vezes trágico e patético, como foi à saída deste senhor ontem da Câmara dos Deputados.
Graças a Lei da Ficha Limpa, lei esta conquistada pela sociedade em outros tempos e que agora sofre ataques odiosos, ele ficará impedido de participar de qualquer eleição podendo retornar somente nas eleições de 2028.
A Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político alerta mais uma vez para a necessidade de discutirmos e realizarmos uma verdadeira reforma política que mude substancialmente a forma de escolha d@s representantes, que fortaleça a participação da sociedade na democracia participativa e direta e que promova mudanças nos meios de comunicação e no poder judiciário para podermos trazer a estabilidade com princípios democráticos, horizontais, éticos e de justiça social necessários para a democracia brasileira.
Acesse nosso site, mande suas sugestões e participe www.reformapolitica.org.br
14 de setembro de 2016