Nesta quarta-feira (12), a Coalizão Negra por Direitos protocolou, em Brasília, o primeiro pedido de impeachment de um presidente feito pelo movimento negro no Brasil.
O documento pede o impedimento de Jair Bolsonaro pelos crimes de responsabilidade por ele praticados, especialmente, em relação à saúde pública no contexto da pandemia, que agravam a política de genocídio contra a população negra. Foi assinado por diversas personalidades e mais de 600 entidades, incluindo a Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político, como organização aliada.
Junto com o ato de protocolo, manifestantes realizaram um ato simbólico com cruzes e cartazes que denunciavam a negligência do governo no combate à pandemia.
O Brasil ultrapassou, no último sábado (8), as 100 mil mortes por coronavírus. Segundo dados do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), já ultrapassa 3 milhões o número de pessoas contaminadas no país.
Este é o segundo pedido de impeachment de Bolsonaro que a Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político assina.
Em 14 de julho, uma peça subscrita por 66 autores, entre movimentos sociais e artistas e intelectuais, afirma que a “desconstrução sistemática de direitos políticos, individuais e sociais” é “traço constante da atuação do Presidente”, e classifica os crimes de responsabilidade que teriam sido cometidos em violações específicas a direitos políticos, individuais e sociais; violações à segurança interna; crimes contra a probidade da administração; e crimes contra a existência da União.
Nem Bolsonaro, Nem Mourão
Por entender que é necessário colocar fim não somente à gestão de Jair Bolsonaro, mas também impedir que seu vice (que representa o mesmo projeto) passe a governar o país, a Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político também encabeça a campanha “Nem Bolsonaro, Nem Mourão: queremos nova eleição!”, que pretende pressionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que julgue as ações que tramitam na Corte que podem cassar a chapa Bolsonaro/Mourão. As ações apontam a ocorrência de disparos em massa de mensagens falsas pró-Bolsonaro durante a campanha de 2018, além da prática de caixa 2, abuso de poder econômico e uso indevido da comunicação social.
Saiba mais > https://reformapolitica.org.br/2020/05/15/nem-bolsonaro-nem-mourao-queremos-nova-eleicao/