Leia a íntegra da entrevista
Qual o efeito para a sociedade da eleição de Renan Calheiros?
A gente percebe que o Congresso Nacional, de modo geral, es tá um pouco na contramão do que a sociedade está querendo. Nós queremos ficha limpa para todos os cargos, inclusive para presidente da Câmara e do Senado. A gente não entende por que os congressistas não optam por um ficha limpa. Por que eles não olham para a vida pregressa? Para ser eleito precisa ser ficha limpa.
Na Câmara, o candidato considerado favorito, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), também possui denúncias. Como fica a imagem do Congresso com esses candidatos?
A imagem não honra um Brasil que se mobilizou pela ficha limpa, projeto de iniciativa popular com quase 2 milhões de assinaturas. São pessoas que têm o peso de vários processos. Isso a gente vê com tristeza. Eles estão na contramão do que a sociedade quer. Eles poderiam primar por isso.
A Lei da Ficha Limpa também deveria ser aplicada para cargos das Mesas Diretoras?
Deveria ser lei para que isso vire uma questão de Estado. Não apenas de governo. A gente precisa que haja essa prerrogativa da Lei da Ficha Limpa para todos os cargos em comissão, ministros e também para a eleição de todas as Mesas nas assembleias legislativas, nas câmaras de vereadores…
O MCCE tem falado muito da reforma política. É possível acreditar na mudança do sistema sem pressão popular?
Sem a pressão popular não vai para frente. Por isso, vamos propor alterações. Precisamos começar pelo nosso Código Eleitoral, que é muito antigo, de 1930, e está mais do que ultrapassado. Vamos fazer a reforma que o Brasil precisa.
Fonte: Congresso em Foco