“Teimosia e solidariedade para construir um outro sistema político” – movimentos e organizações sociais da região Norte promovem roda de conversa

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Quais os caminhos para construir um novo sistema político? Quais direitos devem ser garantidos para fortalecer a democracia e contribuir para uma sociedade justa e inclusiva? Qual sistema eleitoral e político que nos representa? Essas foram algumas das reflexões que permearam a roda de conversa online, com movimentos e organizações sociais da região Norte, organizada pela Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político, nos dias 29 e 30 de setembro de 2021. O encontro foi realizado com apoio financeiro da União Europeia.

A abertura do evento foi realizada por Marquinhos Mota do Fórum da Amazônia Oriental – FAOR. “Apesar de o Norte ser mais da metade do país, a gente ainda é muito excluído do centro das decisões e as decisões são tomadas reduzindo a relação ao próprio Norte. O sistema político brasileiro sempre foi excludente e principalmente aqui, para os amazonenses, foi mais excluída ainda do que o restante do país”, ressaltou Marquinhos.

Representantes de movimentos e organizações sociais do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins revelaram a conjuntura regional. O avanço do agronegócio sobre as terras indígenas e quilombolas, a energia de péssima qualidade na região, a força da mulher do Norte e das lutas para mudar a realidade da região, foram alguns dos pontos abordados. “Precisamos construir outras institucionalidades. Debater processos próprios de escolhas da representação. Somos um país gigante. Todo poder é pensado no eixo Sul, Sudeste e Brasília”, declarou José Antônio Moroni, do Grupo de Referência da Plataforma.

No segundo dia de encontro, os participantes debateram questões como: queremos reformar ou criar um novo sistema político? Qual a análise dos sistemas políticos que temos na Amazônia? Que lutas os movimentos sociais populares estão enfrentando na região? Quem são os adversários? O que isso indica sobre as relações de poder entre as forças políticas? Que desafios estas lutas enfrentam do ponto de vista da democratização do poder e/ou do ponto de vista da relação estado/sociedade? Como pensar o bem-viver como prática política?

Os participantes levantaram pontos importantes, entre eles que: a democracia só vai ser plena, quando, por exemplo, alcançar os municípios mais isolados, em especial os da região Norte. E que essa democracia seja do bem-viver, anticapitalista e de fato representativa. Uma democracia com quebra total de preconceito, uma democracia por igualdade, pelo respeito aos territórios e não destrutiva.