Roraima é o estado brasileiro mais violento para as mulheres, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com dados de 2015.
De acordo com a pesquisa, a taxa de mortes no estado foi de 11,4 para cada grupo de 100 mil mulheres. O número é quase três vezes maior do que a média do Brasil, de 4,4, e quase cinco vezes maior do que São Paulo, o estado com a menor taxa, de 2,7 mortes para cada 100 mil.
No geral, a proporção de mulheres assassinadas tem crescido nos últimos anos. Segundo o estudo, a taxa de homicídios entre mulheres saltou 7,5% entre 2005 e 2015. Por outro lado, em alguns estados, houve melhora na variação da taxa de violência: São Paulo teve uma redução de 35% nesse período.
No outro extremo do mesmo indicador aparece Maranhão, que teve um aumento de 124,4% na taxa de assassinatos de mulheres.
O outro lado
Em nota enviada a EXAME.com, o governo de Roraima afirmou que a atual gestão estadual “vem atuando de forma incisiva com a implementação de políticas públicas de prevenção e combate à violência contra a mulher”.
Desde março de 2015, segundo o governo do estado, alguns programas foram colocados em prática, como o Ronda Maria da Penha, com viaturas da Polícia Militar e policiais que atuam exclusivamente no atendimento aos casos de violência doméstica, e o Abrigo de Maria, uma casa especial, cujo endereço é mantido sob sigilo, para atender as mulheres em situação de vulnerabilidade, vítimas de violência doméstica ameaçadas de morte e seus dependentes menores de idade.
“A atuação do governo do estado nos últimos dois anos e meio tem contribuído de forma efetiva para a redução dos homicídios de mulheres em Roraima, contudo, esses dados ficaram de fora da pesquisa citada. O governo acredita que no próximo levantamento que for realizado, o Estado terá saído dessa vergonhosa estatística da violência contra a mulher”, diz a nota.
Veja o ranking dos estados mais violentos para as mulheres.
Ranking | Estado | Taxa por 100 mil mulheres | Variação entre 2005-2010 |
---|---|---|---|
1º | Roraima | 11,4 | 103,80% |
2º | Goiás | 7,5 | 64,60% |
3º | Mato Grosso | 7,3 | 13,90% |
4º | Rondônia | 7,2 | 14,10% |
5º | Espírito Santo | 6,9 | -18,50% |
6º | Pará | 6,4 | 81,80% |
7º | Tocantins | 6,4 | 95,40% |
8º | Sergipe | 6 | 117,40% |
9º | Amazonas | 5,9 | 98,60% |
10º | Ceará | 5,6 | 64,60% |
11º | Alagoas | 5,4 | 17,20% |
12º | Paraíba | 5,3 | 61,20% |
13º | Rio Grande do Norte | 5,1 | 95,50% |
14º | Rio Grande do Sul | 4,9 | 28,60% |
15º | Bahia | 4,9 | 65,10% |
16º | Pernambuco | 4,8 | -25,30% |
17º | Amapá | 4,7 | -5,70% |
18º | Acre | 4,7 | 22,20% |
19º | Rio de Janeiro | 4,4 | -28,80% |
20º | Mato Grosso do Sul | 4,3 | -27,10% |
21º | Paraná | 4,3 | -6,30% |
22º | Maranhão | 4,2 | 130,00% |
23º | Piauí | 4,1 | 62,40% |
24º | Minas Gerais | 3,9 | 1,80% |
25º | Distrito Federal | 3,8 | -1,10% |
26º | Santa Catarina | 2,8 | 25,30% |
27º | São Paulo | 2,4 | -35,40% |
Valéria Bretas