A invasão da Polícia Civil de São Paulo à escola Florestan Fernandes, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), foi repercutida por artistas e políticos brasileiros. A escola, que fica em Guararema (SP), foi invadida na manhã desta sexta-feira 4 por policiais, que teriam efetuado disparos com armas de fogo, de acordo com o relato de testemunhas.
Dois integrantes do MST foram presos na ação. Gilmar Mauro, da coordenação nacional do movimento, estava no local no momento da chegada dos agentes. Assim como os artistas e políticos que repudiaram a ação, Mauro afirma que o Brasil vive um Estado de exceção. “[A invasão] parece-me um mero pretexto para entrar aqui, sem autorização judicial“, disse a CartaCapital.
O ator Wagner Moura gravou um vídeo de “repúdio” à operação. “Se alguém tinha dúvidas de que o Brasil vive um estado de exceção, um estado policialesco, a invasão da escola Florestan Fernandes pela polícia é uma demonstração covarde de truculência, típica de um Estado de exceção”, disse Moura.
O cantor e compositor Lirinha, que integrava o grupo Cordel do Fogo Encantado, estava na escola no momento da invasão. “[Esta é] mais uma prova de que estamos em um estado de suspeição da democracia. Eu estou agora dentro da escola nacional Florestan Fernandes, vim participar de uma palestra sobre cultura popular, e no meio da palestra escutamos tiros”, disse.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) também se manifestou contra o ocorrido e disse que o Brasil vive uma “escalada autoritária”. “Não dá mais para falar que a gente está vivendo um Estado Democrático de Direito. Está claro que estamos vivendo um novo Estado de exceção”, disse.
Por meio do Twitter, a deputada federal Luiza Erundina (PSOL-RJ) exigiu respostas do governo Geraldo Alckmin (PSDB) para a “arbitrariedade” da polícia.
O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) também usou o Twitter para se manifestar e criticou o que chamou de “criminalização dos movimentos sociais”.
#LutarÉUmDireito A escalada de criminalização dos movimentos sociais é parte da estratégia de retirada de direitos. É preciso dizer não
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), por sua vez, disse que é preciso “reagir”. “Eu sinceramente estou preocupada com essa situação, precisamos reagir de forma unânime”, afirmou. “É, de fato, um estado policial, um estado de exceção que está em curso, sob a carapaça da legalidade, de um Estado de Direito.”
Sobre a invasão à escola do MST:#LutarÉUmDireito