Em novembro de 2017, Brasília sediará a 2ª Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena (Coneei). O ministro da Educação, Mendonça Filho, assinou nesta quarta-feira (06) a portaria que garante a realização do evento, que terá como tema “O Sistema Nacional de Educação e a Educação Escolar Indígena – Regime de Colaboração, Participação e Autonomia dos Povos Indígenas”.
Mendonça Filho ouviu lideranças indígenas que trouxeram ao MEC as propostas de aperfeiçoamento dos projetos criados para maior acesso à educação dos povos indígenas. Segundo o ministro, é necessário preservar a identidade cultural dos índios brasileiros e, ao mesmo tempo, promover a inclusão dos grupos que vivem em diferentes regiões do país.
“Evidentemente que esse é um tema relevante que, na verdade, representa a valorização da população indígena como um todo. E nós adotaremos uma postura sempre aberta ao diálogo para que a gente possa construir uma agenda de forma conjunta. A pauta está aí, estabelecida, algumas iniciativas estão em curso, que precisam ser reafirmadas, outras serão aprimoradas.”
Durante o encontro na sede do MEC, em Brasília, o ministro Mendonça Filho recebeu uma lista de proposições para aperfeiçoar o ensino nas mais de 3 mil escolas indígenas de educação básica, que atendem cerca de 285 mil índios, como explica o representante do Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena, Gersem Baniwa.
“Trouxemos uma pauta muito positiva, mostrando para a nova gestão do MEC as nossas preocupações e demandas. Principalmente, por exemplo, no campo da infraestrutura, formação de professores, material didático, recursos materiais, contratação de professores, trouxemos até uma ideia de uma universidade indígena que comece a agregar e articular de forma mais adequada à formação de professores indígenas, que as universidades tradicionais têm dificuldade por não fazer parte do seu portfólio de demandas e prioridade.”
A 2ª CONEEI tem como objetivo avaliar os avanços, impasses e desafios da Educação Escolar Indígena, construir propostas para consolidação da política nacional de Educação Escolar Indígena e reafirmar o direito a uma educação diferenciada e multilíngue. Para o evento são esperadas até mil pessoas envolvidas com o tema. A etapa nacional será precedida de reuniões regionais.
Segundo dados da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), do Ministério da Educação, o Brasil possui uma população de 817 mil indígenas, com 305 povos e 274 línguas indígenas.