Trabalhadores rurais organizaram nesta terça-feira (10) manifestações em 17 estados e no Distrito Federal. Os atos fazem parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas, liderada por coordenações de oito movimentos ligados à agricultura familiar. De acordo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), mais de 20 mil pessoas estão mobilizadas.
Em Brasília, as camponesas protestaram em frente aos ministérios da Agricultura e das Cidades e conseguiram uma reunião com o ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, que propôs a criação de um grupo de trabalho para manter o diálogo com as trabalhadoras rurais.
Manifestantes participam da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas na Esplanada dos Ministérios (José Cruz/Agência Brasil)
Manifestantes participam da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas na Esplanada dos Ministérios José Cruz/Agência Brasil
Ainda segundo o MST, 2 mil trabalhadores rurais ocuparam agências bancárias em três municípios de Alagoas. Em Pernambuco, agências bancárias também foram ocupadas. Entre as reivindicações, os manifestantes pedem agilidade no Programa Nacional de Habitação Rural, que usa recursos da União para financiar a aquisição de materiais de construção para casas em áreas rurais.
A mobilização também visa pressionar o governo por maior atenção para agricultura familiar e protestar contra o agronegócio e o uso de agrotóxicos nas plantações. “As mulheres camponesas querem produzir alimentos saudáveis e as políticas públicas devem ser também para a agricultura camponesa”, disse a representante da direção nacional do Movimento de Mulheres Camponesas, Noeli Taborda.
No Rio Grande do Sul, cerca de 800 mulheres protestaram na sede da multinacional Adama, que atua no ramo do agronegócio, de acordo com os organizadores da jornada. Ontem (9), outro grupo de mulheres esteve em uma unidade da multinacional Bünge, em Goiás.
No Ceará, cerca de 500 pessoas ocuparam uma agência bancária. No Maranhão, 600 trabalhadores sem-terra ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na capital, São Luís. Na Bahia, 6 mil trabalhadores seguem em marcha de Feira de Santana rumo a Salvador.
A organização também contabiliza atos em mais dez estados: Paraná, São Paulo, Sergipe, Paraíba, Mato Grosso, Tocantins, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Piauí e Pará. Camponesas nos estados do Rio de Janeiro, Santa Catarina e Minas Gerais ainda devem articular ações. A Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas segue até o fim da semana.