Em todo o Brasil cresce e ganha força nas ruas a construção do plebiscito popular pela reforma política. E uma das perguntas que mais se faz é o motivo pelo qual as mulheres não estão representadas no Congresso e nas Assembleias Legislativas, muito menos nas direções partidárias.
Existe uma proporção baixíssima, se comparado o número de cargos eletivos com a representatividade de voto. No Brasil, as mulheres ocupam 44 (8,6%) das 513 cadeiras na Câmara dos Deputados. No Senado, elas têm 13 (16%) das 81 vagas. Para Sônia Coelho, Integrante da Sempreviva Organização Feminista (SOF), a situação só pode ser superada com uma mudança no sistema político.
“O Estado brasileiro ainda precisa ter muitas mudanças. Ainda é um estado patrimonial mandado pelas grandes oligarquias e pelo poder econômico. Ele não perdeu esse seu estado patriarcal e racista e isso se reflete no que é essa sub-representação.”
O Brasil está atrás de 128 países quando o assunto é participação política feminina, segundo recente lista da União Interparlamentar (UIP). A entidade analisou a situação de 189 países. Sonia aponta que esse cenário na política brasileira afasta também outros segmentos, o que torna ainda mais urgente a realização de um Plebiscito.
“Todos os problemas desse sistema político brasileiro hoje que não permitem nem que as mulheres, nem que negros, jovens, que é a maioria da população possam estar nesses espaços tomando decisão.”
O Plebiscito é um procedimento na qual os cidadãos expressam a sua vontade política. A consulta popular acontecerá entre os dias 1º e 7 de setembro de 2014. Os brasileiros poderão responder a uma única pergunta: “Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?”
A campanha do plebiscito popular pela reforma do sistema político disponibiliza outras informações em uma página na internet (plebiscitoconstituinte.org.br).
De São Paulo, da Radioagência BdF, Leonardo Ferreira.